segunda-feira, 12 de março de 2012


Por Clarissa Corrêa

Todo mundo tem um desafeto. Por melhor que você seja, por mais puro que seja o seu coração, por favor, não me engane e conte logo o nome dele. Ou dela. Não importa o sexo, o que importa é o que ele faz com você.

Não me considero uma pessoa ruim. Nunca matei, roubei ou enganei. Procuro ser honesta comigo, com os outros e com meus sentimentos. Tudo bem, às vezes eu me passo a perna. E nem sempre ajudo tanto quanto gostaria. É que não basta apenas não fazer o mal: você precisa procurar o bem. E fazer o máximo possível. Eu queria poder recolher todos os cachorros da rua. Também queria poder ajudar todas as crianças que não têm casa.

E também queria visitar todos os idosos que são jogados nos asilos e esquecidos pelas famílias. Mas não posso carregar o mundo nas costas. Se eu posso, eu ajudo. Se eu não posso, eu tento. É assim que funciono. Se gosto de você de graça vou ter o maior prazer em te ajudar. Mas se não vou com a sua cara jamais me aproximarei de você por interesse.

Quando alguma zebra acontece, não fico me lamuriando e perguntando será-que-joguei-pedra-na-cruz. Não procuro um culpado, alguém para pagar a conta. Neste caso, a gente tem que olhar primeiro para o umbigo, pra depois olhar para o lado. Mas não pense que sou passiva, que aceito tudo numa boa sem bater o pé, que sou conformada e dou de ombros. Me revolto, luto pelo que é meu, grito, xingo, choro pra colocar tudo pra fora. E depois tento ressurgir das cinzas ou seja lá da onde for.

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